Nascido em S. Bartolomeu de Messines, de uma família de catorze irmãos, estudou latim e frequentou o seminário. Aos dezanove anos ingressou na Universidade de Coimbra como estudante de Direito, mas só 10 anos mais tarde (os "10 anos da guerra de Tróia", como dizia) viria a terminar o curso tendo-se interessado mais pela poesia.
Depois de ter exercido advocacia em Coimbra, trabalha como jornalista em Beja. Em 1868 vive, com grandes privações, em Lisboa. Passa pela política, embora sem grande intervenção. Com o casamento atinge alguma estabilidade pessoal e disponibilidade para continuar a escrever as suas obras, reunidas e organizadas, depois, por Teófilo Braga.
Teve quatro filhos, um dos quais, João de Deus Ramos, viria a dar continuidade à sua obra pedagógica.
Participando, em 1876, nas campanhas de alfabetização, escreve a Cartilha Maternal, um novo método de ensino da leitura, que o haveria de distinguir como pedagogo.
Esta obra foi muito bem recebida pelos intelectuais da época. Incorporava trabalhos de António Feliciano de Castilho, Pestalozzi e Fröbel. Este método tornou-se o método oficial de aprendizagem da leitura da língua portuguesa, o que fez com que fosse nomeado vitaliciamente Comissário Geral da Língua. Publicou, ainda, diversos artigos pedagógicos dirigidos aos mestres que deveriam aplicar este método.
Em 1895 o poeta foi homenageado a nível nacional, falecendo no ano seguinte, aos 66 anos. Encontra-se sepultado na Panteão Nacional. Em 1930, aquando da comemoração do centenário do seu nascimento, foi-lhe erigida uma estátua no Jardim da Estrela, em Lisboa.
A sua obra tem continuidade através da Associação de Jardins-Escola João de Deus, uma IPSS dedicada à educação e à cultura, no âmbito da qual funciona ainda o Museu João de Deus, a Escola Superior de Educação João de Deus e múltiplos jardins-escola e escolas móveis.
in, A nossa agenda de planificação 2009/2010- Educadores de Infância - Editora EDIBA
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